No momento de fazer uma viagem, várias coisas precisam ser pensadas e planejadas. Hospedagem, alimentação, período de viagem, preparação das malas e mais uma infinidade de coisas pra que a sua viagem saia como tu esperou. Mas, tudo começa com a escolha do destino. Então, que tal sua próxima viagem ser pra um hotel em Santo Antônio da Patrulha?
Aqui no Estribo temos uma série de atividades pra toda a família, indo dos estilos mais calmos, até os mais aventureiros. Além de sermos um dos melhores hotéis fazenda do Rio Grande do Sul, com vários diferenciais em relação a outras hospedagens do gênero, também fazemos parte da história de uma das mais antigas cidades do estado, Santo Antônio da Patrulha. Já ouviu falar?
Uma das cidades mais antigas do estado
Santo Antônio da Patrulha é uma pequena cidade, com pouco mais de 39 mil habitantes, segundo dados do último censo demográfico do IBGE, realizado em 2010. O município é um dos 4 primeiros fundados no Rio Grande do Sul, ao lado de Rio Grande, Rio Pardo e Porto Alegre (que, inclusive, fica apenas há 76 km do hotel).
Por volta de 1736, Cristóvão Pereira de Abreu construiu a Estrada dos Tropeiros onde surgiu o “registro” ou “guarda”, responsável por fiscalizar a passagem dos viajantes e cobrar impostos dos rebanhos que iam a caminho de Sorocaba (SP) e Minas Gerais. Mais tarde, a atividade passou a se chamar “patrulha” e é daí que vem o nome da cidade. Em 03 de abril de 1811 o município foi instalado e denominado Santo Antônio da Patrulha.
Sua colonização deu-se, principalmente, pelos açorianos, que chegaram ao município por volta de 1760. A maioria fugidos de Rio Grande, por conta da invasão espanhola. Mas, com o decorrer dos anos, a cidade também foi povoada por italianos, alemães e poloneses.
Contudo, assim como em grande parte do território brasileiro, os campos da região eram habitados por indígenas, sobretudo das tribos Carijó, Arachãs e Caáguas, todos membros da grande nação Guarani. Inclusive, tu sabia que o chimarrão, bebida tradicional do estado, é derivado da cultura indígena? Pois é, falamos um pouco mais sobre isso em uma das edições do Causos da Estância, nossa newsletter mensal. Acessa o link pra te inscrever e ficar por dentro das histórias das próximas edições.
O que visitar em Santo Antônio da Patrulha
Toda essa trajetória e carga cultural fez de Santo Antônio da Patrulha a pacata cidade conhecida hoje em dia. Antigamente, pra que os viajantes pudessem chegar até o litoral do estado, era preciso passar por essas terras, mas, com o passar do tempo, uma nova rodovia foi construída, fazendo com que a cidade fosse um pouco esquecida pelos turistas e, de certa forma, parasse um pouco no tempo.
Mas, se engana quem pensa que este é um ponto negativo. Ao contrário de algumas cidades do estado em que o progresso chegou desconstruindo memórias, em Santo Antônio da Patrulha as antigas construções deixam claro que por aqui a História é preservada. Passeando pelas ruas é possível ver o estilo luso-açoriano nas casas e visitar a Fonte Imperial, concluída em 1847 em homenagem a Dom Pedro I.
Apesar de não ter sua economia voltada pro turismo, Santo Antônio da Patrulha é reconhecida pelo estado por sua gastronomia. Com receitas tradicionais, e guardadas a sete chaves pelas famílias, o município é líder em rapaduras e sonhos. Uma verdadeira delícia.
Além disso, recentemente, em 2014, um percurso de caminhada foi reconhecido como o Caminho Gaúcho de Santiago da Compostela, pelo Cônsul Espanhol José Pablo Aguilar. Com opções de 12 ou 19km, o trajeto foi escolhido por sua semelhança com o tradicional caminho de peregrinação espanhol. Inclusive, ele fica pertinho do Estribo, outro local que faz parte da história da cidade.
O início: a história do hotel em Santo Antônio da Patrulha
A história do Estribo Hotel Estância começou com um sonho do seu Pedrinho Orso, patriarca da família. Gaúcho orgulhoso de suas raízes tradicionalistas, foi através de um anúncio de jornal que ele viu uma oportunidade de tornar o nosso pedacinho de chão o que ele é hoje. No início ele só queria mesmo criar um gado e alguns cavalos, foi quando seus filhos, Vanessa e Bruno, completaram 16 e 15 anos, respectivamente, que a ideia do hotel surgiu.
Em 1985 ele comprou o terreno, onde já tinha uma fazenda e, no ano seguinte, foi até Bom Jesus atrás de um capataz pra fazenda. Lá, conheceu José Carlos Pereira de Macedo, carinhosamente apelidado de Carlito, que se tornou o capataz das terras, onde continua até hoje. “Ele (seu Pedrinho) foi procurar por um tio meu, mas aí minha tia informou que eu estava pra sair da cidade e precisava de um emprego, então ele foi ao meu encontro e nós nos conhecemos. Depois disso eu fui até Santo Antônio da Patrulha olhar o terreno do hotel com ele, depois de uma semana eu já me mudei pra cá. Nossa relação era muito boa, sempre fomos felizes e nos acertamos muito bem. Dia 12 de abril de 1986 eu cheguei aqui. Viemos eu, minha esposa e minhas duas filhas, o Diego, meu filho mais novo, já nasceu no Estribo”, conta Carlito.
A confiança de seu Pedrinho foi tanta, que ele deixou Carlito tocando os negócios sozinho por muito tempo, até a construção do hotel em Santo Antônio da Patrulha. “Ele vinha aqui as vezes uma vez por ano, ele chegava no sábado de tarde e ia embora cedo no dia seguinte. Ele me entregou totalmente a fazenda e o gado, eu que vendia, recebia, mandava o dinheiro pra ele pelo banco… Ele sempre depositou muita confiança em mim”, ressalta.
Construção do hotel em Santo Antônio da Patrulha
Foi lá por 2006 que o hotel em Santo Antônio da Patrulha começou a tomar forma. Seu Pedrinho Orso já tinha estabelecimentos de hospedagem em Caxias do Sul (RS), onde residia com a família. Carlito conta que, por saber que a localidade era afastada, desconfiava um pouco que a ideia fosse vingar, mas seguia confiante na ideia de seu amigo.
Já a família, preparava os filhos pra tocarem os negócios. “Desde o início meu pai deixava muito claro que o intuito seria manter a nossa família próxima e que o hotel fosse administrado por mim e pelo meu irmão. Eu tinha 16 anos na época e meu irmão 15 quando topamos o desafio, sem ter muita ideia do que nos esperava”, conta Vanessa.
A partir desse momento as visitas esporádicas de seu Pedrinho passaram a ser mais frequentes. Junto de sua família, ele deixava Caxias do Sul na segunda-feira e só retornava no final de semana. “Acompanhar a construção desde o início me fez ser ainda mais parte desse lugar e dar mais valor pra esse pedaço de Rio Grande, pela cultura gaúcha tão presente por aqui. Graças a experiência e ensinamentos dos meus pais, nós quatro fomos juntos criando o que é o Estribo hoje. Não me imagino fazendo outra coisa… Poder receber pessoas que comemoram, que relaxam, que criam memórias, que vivem, não tem preço”, afirma Vanessa.
Hoje, nosso hotel em Santo Antônio da Patrulha recebe turistas de todos os cantos do país e também do exterior. Com diversas atividades em todos os dias da semana. “Acontece muito das crianças chegarem aqui querendo saber de onde é que sai o leite. Aí a gente vai pegar uma vaca, traz até elas e mostra de onde ele vem. Muitos veem os pintinhos e querem saber como que a gente trata, querem dar milho pra eles, dar mamadeira pros cordeiros, eles querem sempre saber”, conta Carlito.
Origem preservada
Vanessa conta que, apesar da cidade não ser muito turística, diversas pessoas acabam a conhecendo por conta do Estribo. “Acredito que aqui as pessoas conseguem, nem que seja por uns dias, se colocar novamente no compasso certo da vida. Desacelerar, fugir da rotina, dos horários e dos compromissos. Viver na essência, aproveitar os momentos com as pessoas, criar memórias… Aqueles que vem e não estão acostumados se encantam por podermos mostrar a nossa cultura de uma forma tão autêntica e singular. Ao juntarmos a gastronomia, a decoração, a música, o traje, o cavalo… criamos um mundo gaúcho natural”, relata a filha mais velha da família Orso.
Isso com certeza se deve ao fato do hotel fazenda ter preservado sua essência tradicionalista e, sobretudo, as origens de Santo Antônio da Patrulha. Sabe aquele velho ditado que os antigos dizem? “Quando eu cheguei aqui era tudo mato”? Pois é, foi mais ou menos assim que tudo começou no Estribo. “O galpão onde hoje tem a ordenha, quando eu cheguei tinha os restos de um armazém, onde é a cocheira dos cavalos tinha prateleiras onde guardavam as coisas, um depósito, a casa onde hoje eu moro era uma fábrica de vassouras”, relembra Carlito.
Além disso, algumas estruturas açorianas, que se deterioram com o tempo, serviram de material pra construção de alguns móveis do hotel. Preservando, da melhor forma possível, a história dos povos que por ali passaram.
E aí tchê, agora que tu conhece a história desse pago, o que está esperando pra escolher um hotel em Santo Antônio da Patrulha? Aqui no Estribo estamos esperando tua reserva de porteiras abertas e com o mate em mãos.