A música gaúcha tem personalidade única e conquista o coração não só do povo daqui, como também, de outras culturas. São pessoas que se encantam com a riqueza das histórias contadas através das letras e dos arranjos tão diferentes de outros ritmos. Mas tu sabe quais são as músicas gauchescas mais tocadas? Prepara a tua playlist que a gente te conta! No final, tem uma surpresa especial!
Se tu ainda não tem uma playlist gaúcha ou tá afim de mudar, escuta a seleção especial do Estribo!
Qual a diferença entre músicas nativistas x músicas tradicionalistas?

As canções gaúchas são parte da tradição e da cultura do gaúcho. E assim como a gastronomia, a dança e tudo mais, a música também tem diferenças em cada região do estado. Apesar disso, segundo Alex Della Mea, nossas canções são de certa forma similares “ao que é produzido pelos gauchos argentinos e uruguaios nos dois lados do Prata”. Então, tchê, essa é mais uma das muitas características identitárias do nosso povo que têm influência dos vizinhos de fronteira.
Se tu não sabia, na música gaúcha, duas são as vertentes principais das nossas canções: as nativistas e as tradicionalistas. No lado tradicionalista tu encontra ritmos que são adaptações de canções que animavam os salões europeus no século XIX, como vaneira, chamamé, milonga, e rancheira, por exemplo. As letras falam das nossas terras, cavalos e costumes, girando em torno das origens da identidade do gaúcho.
Já a música nativista é mais lenta e intimista, buscando a valorização da cultura gaúcha. Ela aborda temas do passado do gaúcho, como as próprias influências espanholas dos países vizinhos e colonizadores da região.
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Conheça as 5 músicas gaúchas mais tocadas

Além de fazer parte da rotina do gaúcho, a música faz parte da sua identidade. As letras expressam sua história, vida e aqueles sentimentos que muito gaúcho não consegue colocar em palavras. Algumas dessas músicas são clássicas, conhecidas por todo vivente, onde ele estiver – e tu sempre pode ouvir elas enquanto estiver hospedado no Estribo.
Prepara a voz pra cantar junto as músicas gaúchas mais tocadas, seguindo o ranking do spotify.
1. Querência Amada – Teixeirinha
Uma homenagem ao nosso estado, nossa querência e todos os gaúchos.
2. Tordilho Negro – Walther Morais / Os Serranos
Essa é pra dançar no bailão! Conta a história do cavalo tordilho negro.
3. Canto gauchesco – Neto Fagundes
Um dos grandes clássicos da música gaúcha, é quase um segundo hino da nossa querência. Uma linda homenagem à nossa terra.
4. Céu, Sol, Terra e Cor – Joca Martins
Mais uma belíssima homenagem à nossa terra, onde “tudo que se planta cresce e o que mais floresce é o amor”
5. Contraponto – Cristiano Quevedo
O nativismo também tem espaço, com notas suaves e melancólicas pra escutar tomando um chimarrão. O próprio Cristiano Quevedo, em uma conversa conosco, disse que das suas canções, considera “Contraponto” a que melhor representa o espírito nativista “pelos valores e a mensagem que fica, pela audácia de buscar o novo sem pisar o rastro e desejar que as pessoas fiquem tordilhas ao redor das casas”.
Quer saber um pouco mais da nossa conversa com o cantor nativista Cristiano Quevedo? Então segue a leitura, vivente! Além disso, aproveita pra conferir as datas de shows dele no Estribo.
Bate-papo com o cantor nativista Cristiano Quevedo
O cantor nativista Cristiano Quevedo, além de ser referência na música gaúcha, também é gente finíssima e conversou com a gente pra contar um pouquinho da sua história nesse mundão da cultura local. E o melhor de tudo é que, além da entrevista abaixo, ele aprofundou o papo num infográfico exclusivo e gratuito sobre as histórias e curiosidades da música gaúcha que tu pode acessar de vereda clicando aqui, vivente!
Estribo: Por que tu decidiu seguir com a carreira de músico?
Cristiano Quevedo: Eu venho de uma cidade muito tradicional, por ela ter vivido, nos anos da Revolução Farroupilha todos esses sonhos e ideais Farroupilha. Com Bento Gonçalves e seus comandados, Piratini foi a primeira capital. Já no século XIX, a cidade teve seu filho ilustre, Luiz Carlos Barbosa Lessa, que junto de Paixão Cortês com pesquisas e estudos, fundou o tradicionalismo gaúcho com os CTGs. Então eu me criei nessa atmosfera, dos CTGs e rodeios. De certa forma, busquei na música nativista exteriorizar esse sentimento, de amor, ideais e divulgar minha terra, meu povo, minhas raízes para o mundo.
E: O que a música gaúcha significa pra ti?
CQ: A música gaúcha pra mim é a minha vida, porque eu canto a minha aldeia, a minha gente, a minha terra, o meu povo, né. Ela me deu tudo o que eu tenho até hoje, uma profissão digna, acima de tudo. Com ela, além de exteriorizar esse sentimento de amor, eu trago o sustento, pão nosso de cada dia, pra minha família. Tenho gratidão eterna à música gaúcha.
E: Quais as canções gaúchas te marcam mais?
CQ: Eu tive muitas referências, fui radialista, então a música esteve presente na minha vida desde sempre. A fé, através do “negrinho do pastoreio”, o amor pela terra com “Céu, Sol, Sul, Terra e Cor”, o “Canto Alegretense”.
Sempre me emocionou o hino riograndense quando diz né “sirvam nossa façanhas de modelo à toda a terra”, também cantar o “Hino ao Rio Grande” do Simão Goldman: “Por maior que tu sejas Rio Grande, caberá sempre dentro de mim”… Então essas exaltações à terra, com amor, sempre marcaram muito a minha trajetória.
E: Qual das tuas músicas tu mais gosta de cantar ao vivo e por quê?
CQ: Hoje, posso falar do “gaúcho coração”, que é tudo isso que resume a minha fala de exteriorização de sentimento de amor à terra. Me emociona ver as pessoas cantarem, celebrar um momento de festa no show, exaltando esse sentimento de “sou gaúcho”. Isso hoje com certeza, além de gostar de cantar, gosto de ouvir as pessoas cantarem junto comigo.
Se tu gostou da nossa conversa com o Cristiano Quevedo, aproveita e faz a tua reserva no Estribo pra uma data que tenha show dele! Na querência, a gente tem diversos shows com cantores nativistas.