Quando a gente fala sobre o gaúcho, qual o primeiro pensamento que vem à tua mente? Muitos pensam no churrasco, outros no chimarrão e há aqueles que acreditam que a história do “gaúcho” começou com a Revolta dos Farrapos. O que muita gente não sabe, é que o gaúcho não existiria sem os indígenas. Pra tu entender melhor, te contamos um pouco sobre o que é o “gaúcho” e a sua origem. Te aprochega, vivente!
Origem do gaúcho está no povo indígena
Personagem tradicional da cultura aqui da querência, o gaúcho tem uma história muito mais antiga do que muitos sabem. Segundo Éric Vargas, professor de História e Filosofia em artigo publicado pela Unisinos, “o primeiro registro de ‘gaúcho’ surgiu em Santa Fé (atual Argentina) em 1617, quando ‘moços perdidos’, vestidos ao estilo dos charruas, com botas de garrão de potro, chiripá e poncho, assaltavam as estâncias de gado”.
A trajetória é considerada única, principalmente pelo povo gaúcho ter suas origens a partir de povos indígenas e espanhóis, enquanto no restante do Brasil a predominância foi de luso-brasileiros. O professor e historiador Eduardo Bueno, em entrevista ao Jornal Correio do Povo, explicou que o “gaúcho surgiu em uma terra de ninguém e tudo começou com as nações indígenas que viviam no coração do Pampa, que eram os Charrua e os Minuano”.
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Surgimento do nome “gaúcho”
O nome “gaúcho” é definido como vindo ou da língua tupi ou espanhola. Para o escritor Aurélio Porto, a palavra teria vindo de ‘gachu’ do tupi que significa ‘cantar triste’, juntada com ‘chê’, que quer dizer ‘homem’.
Para Bueno, o nome surgiu a partir da palavra ‘quechua’, que se transformou em ‘uguachu’, dando origem a ‘Guacho’, finalmente chegando a ‘gaúcho’. “A palavra é originalmente espanhola, que quer dizer filho de ventre indígena”, explicou na entrevista ao Correio do Povo.
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Gastronomia gaúcha também reúne múltiplas culturas
Bah, a gastronomia não podia ficar de fora ao falarmos das origens do gaúcho. Temos influências do gaúcho antigo, campeiro dos pampas, mas também, dos imigrantes que vieram pra cá, como italianos e alemães.
A mesa do gaúcho está sempre cheia, seja no churrasco de domingo ou no almoço da semana. Pela ampla influência, a culinária típica é perfeita para todos os paladares, dos guris e gurias aos vovôs e vovós. Além disso, com a força da agricultura local, os ingredientes são sempre muito frescos e saborosos.
Não só de comida vive o gaúcho, né? E falando em comida, vamos incluir a bebida. Porque não tem quem não conheça o chimarrão, a bebida símbolo do nosso estado. Ele se transformou em símbolo de amizade por aqui, compartilhado nas rodas de amigos em toda a querência.
Mas tu sabia que o mate também é uma herança dos índios que habitavam a região dos pampas? Pois é, tchê! Ele veio da cultura Guarani, que tinha a erva-mate como uma planta sagrada. Os indígenas produziam uma bebida feita com folhas da erva-mate e água quente, que tomavam em um pequeno porongo utilizando um canudo de taquara (LESSA, 1986). Com isso, os colonizadores que chegaram na nossa região entraram em contato com a “caá-i” (que significa “água da erva”).
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Expressões típicas caracterizam o gaúcho
Se tu já ouviu um “tri”, um “bah” ou um “tchê”, pode ter certeza que tu já teve contato com um gaúcho! Essas são apenas algumas das expressões que a gente usa no dia a dia aqui no Rio Grande, mas talvez as mais conhecidas.
Assim como tudo na nossa cultura, as expressões que caracterizam o “gaúcho” são uma união das diferentes colonizações que o nosso estado teve. O gaúcho realmente usa elas em todo o lugar, mesmo quando tá longe da querência.
Confere aí algumas das palavras típicas que fazem parte do típico dia a dia gaúcho:
- Atucanado – preocupado
- Bah – interjeição que vale pra surpresa, susto, aprovação, admiração… Pra quase tudo, dependendo do contexto.
- Bergamota – tangerina, mexerica
- Bucha – difícil
- Capaz – imagina
- Cusco – Cachorro
- Fatiota – bem vestido, paletó, terno
- Guri – menino
- Guria – menina
- Minuano – vento frio comum nos meses de inverno
- Pechada – batida, acidente
- Prenda – mulher
- Sinaleira – farol, sinal, semáforo
- Vivente – Pessoa
E essas são apenas palavras separadas, isso que a gente nem chegou nas expressões populares como o “frio de renguear cusco” e “comer berga e lagartear”. Segue com a gente que logo tu pega o jeito no gaúches!
Uso do lenço também faz parte da tradição e figura do gaúcho
Pra muita gente o lenço é só um acessório, né? Mas bah, pros gaúchos ele tem uma história muito rica. Tu acredita que no século XIX, a cor do teu lenço dizia quem tu era!
No período da Revolta Farroupilha, os Chimangos, que apoiavam o governo central, usavam lenços branco em seus braços. Já os Maragatos, contrários à política exercida pelo governo federal, exibiam o lenço vermelho.
Por ter sido uma época muito violenta na história do Rio Grande, uma terceira cor de lenço também era utilizada: o preto, que indicava uma pessoa que passava por um período de luto
Apesar dessas características marcantes, o lenço fazia parte da vestimenta gaúcha há muito mais tempo. Inicialmente os indígenas usavam lenços para prender seus cabelos. O tecido foi introduzido pelos padres jesuítas às tribos.
Conforme explica o pesquisador Paulo Mena, “com a chegada das colonizações espanhola e portuguesa, surge o costume de cortar os cabelos, não sendo assim mais necessário o uso da fita de tecido, porém o tecido tinha outras utilidades como limpar o suor do rosto, tornando-se indispensável para o dia-dia. Com o tempo, então desce da cabeça para o pescoço.”
Aprenda mais sobre o gaúcho em um hotel fazenda em Santo Antônio da Patrulha
Se tu te encantou com a riqueza da história do gaúcho, que tal viver uns dias de folga imerso nessa cultura? Tu pode relaxar e ainda aprender mais e aproveitar muito da cultura típica do gaúcho em um hotel fazenda como o Estribo.
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Trio Legal GURI🤝🦮